Recife

Recife
Recife. Foto Rainner Arthur

sábado, 19 de novembro de 2011

Usina Belo Monte - A Favor ou Contra

Pensei muito se deveria escrever sobre este tema, visto a polêmica que paira sobre ele nos últimos 35 anos. Pois é, 35 anos. Para quem não sabia o projeto de construção da Usina Belo Monte nas terras dos índios Xingús vem desde a década de 70 quando iniciaram os estudos de Inventário Hidroelétrico da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu. De lá para cá vários movimentos tiveram repercussão no Brasil e no mundo inteiro, mas talvez o momento mais lembrado até hoje ainda é aquele no qual, durante o I Encontro dos Povos Indígenas do Rio Xingu, a índia Tuíra  levanta-se da platéia e encosta o seu facão no rosto do então presidente da Eletronorte José Antônio Muniz. 
Imagem da Índia Tuira, 1989

Alguns dados e fatos relevantes que tenho colecionado a respeito desta polêmica:
- A Usina irá inundar uma área equivalente a 0,04% do estado do Pará (516 km²), porém não afetará áreas indígenas;
- Haverá perda de imóveis e deslocamento de pessoas das áreas afetadas e ribeirinhas;
- Um aumento significativo na quantidade de energia para o SIN (Sistema Interligado Nacional) é um fato;
- O Ibama já autorizou a construção da usina;
- A Presidente Dilma é a favor da construção da Usina Belo Monte, sendo essa uma das principais obras do PAC;
- O Projeto tem sofrido alterações de modo a minimizar os impactos ambientais da obra;
- A obra de construção da Usina de Belo Monte já foi autorizada pelo Congresso Nacional mediante estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental.
Não pretendo aqui expressar minha opinião a respeito deste tema, apesar de já tê-la bem definida, mas sim trazer informações para que vocês, como eu, leiam, entendam e tomem uma decisão consciente sobre de que lado querem ficar. 
Como material de leitura e reflexão sugiro os seguintes textos:
Blog Gota D'Água, encabeçado por vários artistas globais e contendo um abaixo assinado contra a construção da Usina Belo Monte: http://www.movimentogotadagua.com.br/
Blog Oficial da Norte Energia o qual contém uma cartilha bastante explicativa sobre a usina, os estudos ambientais e o seu processo de construção: http://www.blogbelomonte.com.br/
Texto da Wikipédia contendo um material didático de boa qualidade e um histórico interessante de todos os acontecimentos: http://pt.wikipedia.org
Texto da Revista Época mostrando outros dados relevantes tais como áreas desmatadas e famílias removidas até a finalização da obra: http://revistaepoca.globo.com
Site da Jovem Pan apresentando posição do governo frente a solicitação feita pela CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos: http://jovempan.uol.com.br

domingo, 13 de novembro de 2011

Estradas para Locais Seguros

"A maior faculdade que nossa mente possui é, talvez, a capacidade de lidar com a dor. O pensamento clássico nos ensina sobre as quatro portas da mente, e cada um cruza de acordo com sua necessidade.
Primeiro, existe a porta do sono. O sono oferece uma retirada do mundo e de todo sofrimento que há nele. Marca a passagem do tempo, dando-nos um distanciamento das coisas que nos magoaram. Quando uma pessoa é ferida, é comum ficar inconsciente. Do mesmo modo, quem ouve uma notícia dramática comumente tem uma vertigem ou desfalece. É a maneira de a mente se proteger da dor, cruzando a primeira porta. 
Segundo, existe a porta do esquecimento. Algumas feridas são profundas demais para cicatrizar, ou profundas demais para cicatrizar depressa. Além disso, muitas lembranças são simplesmente dolorosas e não há cura alguma a realizar. O provérbio "O tempo cura todas as feridas" é falso. O tempo cura a maioria das feridas. As demais ficam escondidas atrás dessa porta.
Terceiro, existe a porta da loucura. Há momentos em que a mente recebe um golpe tão violento que se esconde atrás da insanidade. Ainda que isso não pareça benéfico, é. Há ocasiões em que a realidade não é nada além do penar, e, para fugir desse penar, a mente precisa deixá-la para trás.
Por último, existe a porta da morte. O último recurso. Nada pode ferir-nos depois de morrermos, ou assim nos disseram." 


Extraído do livro O nome do Vento, de Patrick Rothfuss, capítulo 18, página 124.

sábado, 12 de novembro de 2011

Acendeu (Dudu Falcão e Jorge Vercillo)


Nos eóns do tempo, quando o planeta ainda unia seus
Elementos e separava jovens continentes, emergia das
Profundezas do atlântico recente uma maravilha
De arquipélago!!
E porque não considerarmos a hipótese de que
Cordilheiras, praias, rios e ilhas possuem consciência
Independente dotada de complexa
Cadeia de raciocínio, emoção, vibração e memória?
E se hoje, a própria ilha vier nos contar a sua história?
Eu nasci quando a terra menina
Erguia montanhas do fundo do mar
Continentes inteiros
E mil Himalaias a se projetar
Deu vontade de ver tanta coisa
Surgindo do lado de cá
E emergi sobre as águas
Num rastro de lua que entrou pelo mar...
Acendeu, acendeu, acendeu, acendeu
Uma ilha no meio do mundo tudo
Em volta é seu...
Acendeu, acendeu, acendeu, acendeu
Sou uma ilha no meio de mundo
Tudo em volta é meu
Quando o medo do desconhecido
Calava os olhos sedentos de céu
Onde cartas e mapas celestes
Guiavam seus mastros no breu
Quando as sombras da Idade Média
Ofuscavam o nosso pensar
Quando ainda juravam que o mundo
Acabava no abismo de um mar...
Ascendeu, ascendeu, ascendeu, ascendeu
Uma ilha no meio do mundo tudo
Em volta é seu...
Acendeu, acendeu, acendeu, acendeu
Sou uma ilha no meio de mundo
Tudo em volta é meu
Que saudade daquela menina
No espelho das águas com brilho de sol...
Hoje busco seu rosto na grande cidade
Em painéis de neon
Onde tantos se calam e afogam
Seus sonhos pra sobreviver
Sou mais um a vagar solitário
Buscando a mim mesmo em você...
Acendeu, acendeu, acendeu, acendeu
Uma ilha no meio do mundo
Tudo em volta é seu...
Acendeu, acendeu, acendeu, acendeu
Sou uma ilha no meio de mundo
Tudo em volta é meu...
Uma ilha no meio do mundo
Tudo em volta é meu