Quando a infância ainda
Me povoava os sonhos,
E eu coloria as rosas
Nos jardins da vida,
Já escorria o orvalho
Pela face úmida,
E o raiar dos olhos não alcançava tanto,
Porque a aurora distante já não tinha cor.
E o sereno frio me afogava o canto.
Hoje, curvado ao peso do arrebol,
Escuto os pássaros
Que já não me enxugam o pranto,
Mas anunciam a noite
Que me vestirá de negro,
Diluirá minha sombra
Que perambulou pelos tabuleiros,
Pelas veredas, pelo mar.
Florêncio
15/06/2015
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