Recife

Recife
Recife. Foto Rainner Arthur

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Poesias de Meu Pai - Soneto

Ao Valter Fernandes

A propósito do seu livro “Retalhos da Vida”

 
Ouvi um grito ecoando na multidão,

Uma lágrima, um lamento, um conflito.

Mais que uma dor, era o rasgo de um grito

De quem sentiu ferido o coração.

 
Vaguei entre os sonhos de um homem aflito,

Entre uma esperança e uma ilusão.

Águas claras, lixo e poluição.

Canto de amor num coração contrito.

 
Sonhos de paz, luz e de esperança,

Para a amada que dorme no seu peito,

Para o filho que sempre será criança.

 
O bardo quando dorme no seu leito

E os anjos lhe despertam a confiança,

Ele canta em RETALHOS o seu feito.

 

José Florêncio Teixeira
25 de Janeiro de 2016

Poesias de Meu Pai - Trovador

                                        À Poetisa M. Luisa B. Paiva

A vida
Despeja nos meus sonhos
Tanta dor.

          Não sou poeta,
          Não sou cantor;
          Misturo as letras,
          Sou trovador.

Menestrel empoeirado
Pelas sombras do passado
Vou deixando pelos caminhos
O rastro do viajor.

          Já atravessei floridos campos
          Riachos molharam-me os pés,
          Ascendi os pirilampos
          Com o facho do arrebol

Não sou poeta,
Não sou cantor;
Misturo as letras,
Sou trovador.

          Menestrel já tão cansado
          Com o fardo carregado
          Debaixo de chuva e sol.

Vou curvado, sonolento,
Pedindo ajuda ao tempo.

          Mas se escuto um rouxinol
          Quando seu canto embala a brisa,
          Sonoro, cadenciado;
          Choro também as saudades
          E as passadas tempestades
          Como chora Maria Luisa.

 José Florêncio Teixeira
4 de fevereiro de 2016