Recife

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Recife. Foto Rainner Arthur

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Poesias de Meu Pai - Trovador

                                        À Poetisa M. Luisa B. Paiva

A vida
Despeja nos meus sonhos
Tanta dor.

          Não sou poeta,
          Não sou cantor;
          Misturo as letras,
          Sou trovador.

Menestrel empoeirado
Pelas sombras do passado
Vou deixando pelos caminhos
O rastro do viajor.

          Já atravessei floridos campos
          Riachos molharam-me os pés,
          Ascendi os pirilampos
          Com o facho do arrebol

Não sou poeta,
Não sou cantor;
Misturo as letras,
Sou trovador.

          Menestrel já tão cansado
          Com o fardo carregado
          Debaixo de chuva e sol.

Vou curvado, sonolento,
Pedindo ajuda ao tempo.

          Mas se escuto um rouxinol
          Quando seu canto embala a brisa,
          Sonoro, cadenciado;
          Choro também as saudades
          E as passadas tempestades
          Como chora Maria Luisa.

 José Florêncio Teixeira
4 de fevereiro de 2016

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